Onde seguir as palavras do Senhor Jesus pode custar a
própria vida: conheça os 50 países em que a perseguição aos cristãos atinge o
nível mais elevado
Onde houver alguém que se comprometa a seguir a Jesus de
coração, ali haverá um cristão perseguido. O chamado da Portas Abertas é servir
os que pagam alto preço por causa de sua fé em Jesus.
A CLASSIFICAÇÃO
Um dos objetivos mais importantes de se monitorar a situação
religiosa dos países é para que a Portas Abertas defina onde sua ajuda é mais
urgente. A lista relaciona 50 países segundo o grau de perseguição que os
habitantes cristãos mais enfrentam. Sua atualização é feita considerando-se os
acontecimentos e o ambiente religioso do país ao longo do ano anterior.
ATUALIZAÇÃO
Os dez países onde os cristãos enfrentaram a maior pressão e
violência no período de formulação dos relatórios foram: a Coreia do Norte,
Somália, Iraque, Síria, Afeganistão, Sudão, Irã, Paquistão, Eritreia e Nigéria.
Neste ano, dois países ingressaram na lista dos 10 onde há
mais perseguição aos cristãos: o Sudão (de 11º para 6º); e a Eritreia (de 12º
para 8º). Outra mudança é a entrada de três novos países: México (38º), Turquia
(41º) e Azerbaijão (46º).
Desde 2002, e também para a Classificação dos Países
Perseguidos 2015, a Coreia do Norte continua a ser o lugar mais difícil do
mundo para praticar o cristianismo. O país passou por expulsões, em que mais de
10.000 pessoas foram banidas, presas, torturadas ou assassinadas por causa
questões sociais, políticas e religiosas.
A Arábia Saudita abandonou o Top 10, mesmo a situação dos
cristãos permanece tão ruim quanto antes. Isso vale também para os outros dois
países que abandonam a lista dos maiores perseguidores: Maldivas e Iêmen. Ambos
têm recebido a mesma pontuação que o ano anterior.
ÚNICA NO MUNDO
Esta é a única pesquisa do tipo realizada anualmente em todo
o mundo. Ela avalia a liberdade que um cristão tem para praticar sua fé nas
cinco esferas de sua vida: na individualidade, na família, na comunidade, na
nação e na igreja.
Ao separar as áreas para análise, a Portas Abertas elabora
um questionário bastante específico e extenso que contempla as diferentes
formas de perseguição. Cristãos de diversas nações são convidados a responder
um total de 96 perguntas que, somadas a informações obtidas por meio de
pesquisas e averiguação, culminam na pontuação do país na Classificação.
O resultado final é usado para determinar a ordem dos países
na posição de 1 a 50 da Classificação da Perseguição Religiosa. Além disso, a
pesquisa faz distinção entre duas formas principais de perseguição: ameaças e
pressões que cristãos vivenciam em todas as áreas da vida, e pela violência.
Não se engane ao imaginar que a violência é a forma
predominante e mais invasiva de perseguição; em muitos casos, a opressão pode
ter um efeito ainda mais devastador. Isso explica porque não necessariamente
quanto maior a violência física contra os cristãos, maior é a perseguição.
AS CINCO ESFERAS DA PERSEGUIÇÃO CONTRA OS CRISTÃOS
1. INDIVIDUALIDADE
A pessoa não é livre para: escolher qual religião quer
seguir; orar a Deus dentro de casa ou em lugar público; possuir um exemplar da
Bíblia ou outros livros cristãos para uso pessoal etc.
2. FAMÍLIA
A perseguição vem por meio de pais, irmãos, tios, avós,
primos e outros. O convertido é impedido de praticar sua fé em casa e enfrenta
problemas em assuntos civis como casamento, enterro de familiares, herança e
outros.
3. COMUNIDADE
O cristão sofre pressão por meio de atitudes
preconceituosas, regras de convivência, casamento forçado, dificuldade de
acessar recursos, pressão para renunciar a fé, discriminação no trabalho,
intimações à delegacia etc.
4. NAÇÃO
O cristão enfrenta oposição, pois não há leis que garantam
liberdade de culto e prática da fé. É considerado crime pregar a Palavra e, em
casos mais extremos, até a conversão ao cristianismo. O cristão enfrenta
problemas para tirar o passaporte, sair do país, se reunir com outros cristãos.
5. IGREJA
Enfrenta dificuldades em realizar atividades como cultos,
reuniões de oração, batismos, estudos bíblicos, entre outros. Ter acesso à
Bíblia e a outros materiais cristãos é quase impossível. A opressão pode vir de
todas as esferas: vizinhos, governo, polícia, família.
Novos países em 2015
Turquia (41), México (38) e Azerbaijão (46)
Após ter sido retirada da Classificação por vários anos, a
Turquia volta em 41º lugar.
A combinação da persistência de restrições legais e comentários
negativos de alguns funcionários do governo para com os cristãos, hostilidades
sociais e a ascensão do islamismo, continuar a restringir e perseguir cristãos
turcos, que tem de lidar com várias barreiras sociais que são impostas por
questões religiosas. Tanto na igreja como a nível nacional. O estado impõe
restrições sobre os cristãos que, condenados ao ostracismo, recebem pressão
também para voltar ao islamismo.
Apenas duas denominações são reconhecidas: a Igreja Ortodoxa
Grega e a Igreja Apostólica Armênia, que juntas formam apenas setenta por cento
da população cristã do país. Além disso, a legislação turca proibiu seminários
de formação de obreiros de qualquer denominação. À medida em que a violência
ganhou notoriedade, quatro igrejas na Turquia foram atacadas no período de
pesquisas da Classificação.
O México também volta à Classificação, após não constar da
lista nos anos anteriores. Com um aumento na pontuação de mais de dez pontos,
também está entre os mais elevados na perseguição de 2015. O país chegou a este
ponto principalmente em detrimento da evolução do crime organizado e registro
de incidentes mais violentos contra cristãos. Nos últimos anos, a principal
base de lig
ação com o narcotráfico mudou da Colômbia para a América Central e
México. As igrejas e organizações cristãs são alvos dos grupos criminosos,
porque são consideradas fontes de receita para extorquir dinheiro dos líderes
religiosos. Entre novembro de 2013 e outubro de 2014, pelo menos 15 cristãos
foram mortos no México, vítimas de perseguição do crime organizado. Seis
líderes cristãos, ex membros do narcotráfico, foram mortos por se recusarem a
voltar para o crime. Um obreiro ugandense que foi para o México como
missionário foi encontrado assassinado e jogado em uma fossa. Nas comunidades
indígenas, convertidos entre religiões tradicionais também têm sido vítimas de
violência. Muitas vezes, suas casas foram destruídas e centenas de pessoas
foram forçadas a fugir. Cerca de oitenta casos de abuso físico foram relatados
nos estados do sul do país.
Na Classificação da Perseguição Religiosa 2015, o Azerbaijão
recebe 50 pontos, ocupando o 46º lugar. Em geral, a situação dos cristãos no
país continua a ser tão difícil quanto antes, mas este ano a Portas Abertas tem
acesso a mais informações sobre a perseguição no país, o que representa melhor
visão sobre a situação do cristão perseguido. É cada vez menor o número de
igrejas que podem funcionar legalmente. As atividades religiosas não
registradas são puníveis por lei, e as multas para quem violar essas regras são
altíssimas e o registro de funcionamento é quase impossível. O autoritarismo do
governo visa restringir todas as expressões públicas de religião que poderiam
se tornar uma ameaça ao regime. Não só os cristãos são vítimas de perseguição,
mas também outras minorias religiosas ou expressões radicais do Islã. Muitos
cristãos não conseguem encontrar ou manter postos de trabalho e são vigiados de
perto pelos serviços secretos.