Recentemente,
mais de 30 cristãos etíopes foram mortos pelo Estado Islâmico na Líbia. 22º
país mais opressor aos cristãos, a perseguição na Etiópia se origina de
diversas fontes: religiosa, política, tribal e comunitária. Nesse contexto, é
muito importante fornecer formação educacional e profissional a esses irmãos,
oprimidos pela intolerância.
Ao
contrário da Nigéria, que tem apenas cem anos de formação como país, a Etiópia
é uma das nações mais antigas do mundo. Os historiadores apontam seu início com
Cuxe, neto de Noé (Gn 10.6).
O
cristianismo tem raízes profundas na história da Etiópia, lançadas
principalmente pela Igreja Ortodoxa Etíope. Hoje, essa igreja está bastante
ligada ao Estado, o que gera interesses políticos no dia a dia dela. Por outro
lado, os protestantes, que chegaram ao país há apenas duzentos anos, são
independentes do governo. Por isso, são vistos com reservas. Muitos ortodoxos,
e também muçulmanos, têm se convertido e se juntado à Igreja protestante,
gerando ódio e perseguição por parte das autoridades do governo, da Igreja
Ortodoxa e das famílias islâmicas.
Foi
nesse contexto que Pedro*, um supervisor de projetos da Portas Abertas,
encontrou um projeto de geração de renda bastante especial. Trata-se de um
pequeno sítio produtor de laticínios que também produz carne suína. O objetivo
do projeto é fornecer a evangelistas locais uma fonte de renda, a fim de não
dependerem de doações para realizar seu ministério de pregar a Palavra. Eles
trabalham meio período e no restante do tempo atuam como evangelistas. Além
deles, há outros funcionários cristãos que retiram do sítio o seu sustento.
“Fiquei
impressionado com o fato de o projeto ter sido idealizado por um pastor da
cidade. Ele mesmo desenhou o conceito do sítio, a forma como funcionaria, e
apresentou o esboço para um colaborador da Portas Abertas, a fim de obter
investimento para sua ideia. O projeto foi aprovado”, conta Pedro. O supervisor
também ficou admirado com a maneira que o trabalho no sítio é conduzido.
“Eles
têm um controle preciso da vida dos animais. Registram dados da chegada do
animal, as condições dele, sua produção e vida útil.” O trabalho é feito com
tanto profissionalismo que se tornou modelo para projetos similares na Etiópia.
O
produto do sítio é vendido nos mercados da cidade e desfruta de boa
credibilidade junto à população.
*Nome
alterado por motivos de segurança.
Fonte: Revista
Portas Abertas